PRODUÇÃO A CAMPO

PRODUÇÃO A CAMPO
PRODUZIR UM BOM TERNEIRO VACA / ANO

Impacto da IATF na Eficiência Reprodutiva em Bovinos de Corte

IMPACTO DA IATF NA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM BOVINOS DE CORTE
Pietro S. Baruselli1, Henderson Ayres1, Alexandre H. Souza1, Claudiney M. Martins1,
Lindsay U. Gimenes1, José R.S. Torres-Júnior1
INTRODUÇÃO
O rebanho bovino brasileiro é composto por 192 milhões de animais (FAO, 2005), com
predominância de Bos indicus (80%), pela maior adaptabilidade às condições
climáticas de altas temperaturas e umidade. No entanto, para que a bovinocultura
brasileira atinja elevados níveis de produtividade com qualidade a eficiência reprodutiva
e o melhoramento genético são áreas que merecem destaque.
O melhoramento genético, baseado na seleção de indivíduos com maior
desenvolvimento ponderal, rendimento de carcaça, produção leiteira, capacidade de
conversão alimentar, precocidade, entre outros, possibilita o aumento da produtividade
de carne e de leite. Assim, a eficiente multiplicação de animais superiores por
biotécnicas da reprodução proporciona maior retorno econômico à atividade.
Entretanto, a multiplicação e distribuição desse material genético só é possível com
adequado manejo e sem comprometer a eficiência reprodutiva do rebanho.
Desta forma, elevados índices de produção, associados à alta eficiência reprodutiva,
devem ser metas que norteiam os técnicos e criadores a alcançarem maior
produtividade.
O objetivo dessa revisão é apresentar de forma resumida informações sobre as
técnicas de sincronização para inseminação artificial em tempo fixo, analisando seu
impacto na eficiência reprodutiva em bovinos de corte.
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA
IMPACTO DO INTERVALO ENTRE PARTOS E DO PERÍODO DE SERVIÇO NA
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM BOVINOS DE CORTE
Segundo o Anualpec de 2004, o rebanho bovino brasileiro é composto por 73.429.856
de vacas e novilhas com idade superior à 24 meses. Nesse mesmo ano a produção de
bezerros foi de 42.335.147, representando taxa de desmama de 57,6%. Levando em
conta uma taxa de mortalidade de bezerros de 8%, a taxa de nascimento do rebanho
brasileiro é de 65%, o que resulta em intervalo entre partos de 18 meses (540 dias).
Projeta-se, também, um período de serviço (parto/concepção) de 8,5 meses (255 dias).
Estes dados são indicativos de que o rebanho brasileiro apresenta baixa eficiência
reprodutiva com comprometimento na produtividade.
Com um hipotético aumento de 10% na eficiência reprodutiva, ou seja, com a elevação
da taxa de nascimento de 65 para 75%, o intervalo entre partos passaria para 16
meses (480 dias) e o período de serviço (parto/concepção) para 6,5 meses (195 dias).
Com essa melhora na eficiência reprodutiva seria possível produzir 6.513.099 de
bezerros a mais, totalizando 48.848.246 de bezerros produzidos por ano. Esse
aumento na produção representa significativo incremento na produtividade e
rentabilidade do rebanho bovino brasileiro.
Trenkle & Wilham (1977) demonstraram que do ponto de vista econômico, o
desempenho reprodutivo de um rebanho é cinco vezes mais importante que
1Departamento de Reprodução Animal, FMVZ-USP, Rua Prof. Orlando Marques de Paiva, 87, CEP 05508-000, São Paulo-SP, Brasil.
(e-mail: barusell@usp.br)
Pietro S. Baruselli et al.
BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
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crescimento ponderal e 10 vezes mais importante que a qualidade da carcaça de seus
indivíduos. Assim, um programa de inseminação artificial, que tecnicamente procura
introduzir material genético superior para aumentar o crescimento ponderal e a
qualidade da carcaça, não deve comprometer a eficiência reprodutiva do rebanho.
VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (IA)
A utilização da IA apresenta inúmeras vantagens como a padronização do rebanho, o
controle de doenças sexualmente transmissíveis, a organização do trabalho na
fazenda, a diminuição do custo de reposição de touros, etc. No entanto, a principal
vantagem dessa técnica está diretamente ligada ao processo de melhoramento
genético e à obtenção de animais com maior potencial de produção e reprodução.
Outra vantagem da IA é a melhoria decorrente do cruzamento entre raças (Perotto et
al., 1996; Cubbas et al., 1996) que, no Brasil, geralmente consiste na utilização de
sêmen de touros europeus provados em vacas zebuínas de rebanho comercial. A IA é
uma das poucas ferramentas disponíveis ao criador em países tropicais para obter,
com sucesso, os ganhos do cruzamento entre Bos taurus e Bos indicus.
Entretanto, para serem obtidos elevados índices reprodutivos com o uso da IA é
necessário compreender as limitações do emprego desta biotecnologia. Entre as
principais limitações para se obter 1 bezerro/vaca/ano em rebanhos de corte que
empregam a IA, podem-se ressaltar: 1. falhas na detecção de cio; 2. anestro pós-parto
e 3. puberdade tardia.
DETECÇÃO DE CIO: O GRANDE PROBLEMA DA IA
Em todo o mundo há relatos que indicam baixa taxa de serviço em bovinos
inseminados artificialmente, principalmente em decorrência de comprometimentos na
detecção do cio. Quando poucas vacas são detectadas em cio ocorrem significativas
perdas na eficiência reprodutiva do rebanho, e comprometimento do programa de IA.
Esse comprometimento é ainda maior em rebanhos Bos indicus, cujo comportamento
reprodutivo apresenta particularidades - cio de curta duração com elevado percentual
de manifestação durante o período da noite (Galina et al., 1996; Pinheiro et al., 1998).
Essa característica foi recentemente confirmada com o sistema de radiotelemetria
(Heat-watch) em vacas Nelore, Angus e Nelore x Angus criadas a pasto nas mesmas
condições de manejo (Mizuta, 2003). Os resultados são indicativos de que o cio das
vacas Nelore (Bos indicus) e Nelore x Angus tem cerca de 4 horas a menos de duração
que o cio das vacas Angus (Bos taurus).
Ainda, em outro estudo para avaliar o momento de ocorrência do cio ao longo do dia,
verificou-se que 53,8% dos cios começam durante a noite, e que 30,7% começam e
terminam durante a noite (Barros et al., 1998).
Como o Brasil as fêmeas bovinas em reprodução possuem prevalência de 80% de
sangue zebu (Bos indicus), criadas, na sua grande maioria a pasto, ocorrem
significativos comprometimentos na taxa de detecção de cio e na eficiência dos
programas de inseminação artificial.
Logo, a detecção do estro (cio) é fator limitante para o emprego da I.A.
Pietro S. Baruselli et al.
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ANESTRO PÓS-PARTO
A duração do anestro pós-parto é influenciada por inúmeros fatores (condição
nutricional, interação vaca/bezerro, idade, estação de parição, entre outros). Em dois
estudos (Baruselli et al., 2002; Marques et al., 2003a) foi verificado baixo percentual de
vacas de corte lactantes ciclando entre 60 a 70 dias pós parto [24,3% (52/214 vacas
Nelore) e 14,0% (7/50 vacas Nelore/Angus), respectivamente]. Ainda, Ruiz-Cortez e
Oliveira-Angel (1999) verificaram que fêmeas zebuínas lactantes criadas a pasto
restabeleceram a ciclicidade ovariana somente entre 217 e 278 dias pós-parto,
apresentando um IEP de 17 a 19 meses.
Deve ser salientado que para a obtenção de satisfatória eficiência reprodutiva é
indispensável o bom manejo da propriedade, uma vez que as características
reprodutivas são de baixa herdabilidade e, conseqüentemente, influenciadas pelo meio
e, principalmente, pelo manejo nutricional (Vasconcelos, 1999). Estima-se que
aproximadamente 80% da variação na fertilidade são devidos aos fatores ambientais,
dos quais mais de 50% são explicados pela nutrição (Lotthammer, 1991).
Logo, a baixa taxa de ciclicidade (anestro) no pós-parto é fator limitante para o
emprego da I.A.
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)
Uma questão importante para o estabelecimento de um programa de IA é: existe a
possibilidade de produzir 1 bezerro por vaca por ano por inseminação artificial? Ou
seja, obter intervalo entre partos próximos a 12 meses, período de serviço entre 70 e
80 dias e concepção no início da estação de monta? É possível obter eficiência
reprodutiva com melhoramento genético? Na atualidade existe tecnologia disponível
para que essas questões sejam respondidas positivamente, empregando métodos de
sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (IATF).
Os protocolos de sincronização para IATF objetivam induzir a emergência de uma nova
onda de crescimento folicular, controlar a duração do crescimento folicular até o estágio
pré-ovulatório, sincronizar a inserção e a retirada da fonte de progesterona exógena
(implante auricular ou dispositivo intravaginal) e endógena (prostaglandina F2􀀁) e
induzir a ovulação sincronizada em todos os animais simultaneamente.
COMPARAÇÃO ENTRE PROGRAMAS DE IATF E DE IA CONVENCIONAL
A sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo possibilita que
as vacas sejam inseminadas e se tornem gestantes no início da EM, diminuindo o
período de serviço e aumentando a eficiência reprodutiva do rebanho. Estudos
realizados com vacas Brangus lactantes nos primeiros 45 dias de estação de monta
indicaram aumento significativo da taxa de prenhez em animais inseminados em tempo
fixo, quando comparados a animais submetidos à detecção de cio e à IA convencional
(detecção de estro 2 vezes ao dia com IA 12 horas após). Após 45 dias de EM todos os
animais foram colocados com touros. A IATF reduziu em 39,3 dias o período de serviço
em relação à inseminação convencional, antecipando o parto e beneficiando a estação
de monta do próximo ano (Baruselli et al., 2002).
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SINCRONIZAÇÃO DA OVULAÇÃO PARA IATF E SEU IMPACTO NA EFICIÊNCIA
REPRODUTIVA
Em experimento utilizando 397 vacas Brangus, paridas há 69,7 + 22,1 dias, e mantidas
a pasto, foi comparada a eficiência da IA convencional e dos protocolos que empregam
progesterona, progestágenos e GnRH/PGF2􀀁/GnRH (Ovsynch; Baruselli et al., 2002).
No grupo Controle (G-C; n=94) as vacas foram submetidas à estação de monta (EM)
de 90 dias, com 45 dias de detecção de estro e inseminação artificial (2 detecções de
estro/dia e IA 12 horas após início do estro) e 45 dias de repasse com touro Brangus.
Os outros três grupos foram submetidos à estação de monta semelhante, porém, no
primeiro dia da EM todas as vacas foram inseminadas em tempo fixo após o tratamento
de sincronização da ovulação.
Verificou-se que os tratamentos com progesterona e progestágenos possibilitam
emprenhar cerca de 50% do rebanho por inseminação artificial no início da estação de
monta, além de induzir ciclicidade no período pós-parto em vacas de corte lactantes.
Nesse estudo, foi observada a antecipação da concepção (P<0,01) em animais que receberam tratamentos para IATF a base de progesterona e progestágenos. Essa antecipação possibilita alcançar melhores índices de fertilidade devido aos animais iniciarem a estação de monta do próximo ano paridos há mais tempo. Entretanto, o protocolo “Ovsynch” apresentou baixa eficiência, não sendo indicado para IATF em vacas Zebuínas lactantes nas condições brasileiras de manejo. Em estudo recente, Penteado et al. (2005) avaliou o efeito de diferentes tipos de manejo durante a estação monta (EM) sobre a performance reprodutiva de vacas Nelore. Um total de 594 vacas lactantes, com intervalo entre parições de 15 dias (55 a 70 dias antes do início da estação de monta), foi subdivididas em 4 grupos: 1) somente touro durante toda a EM (Grupo controle); 2) IA 12 horas após a detecção do cio por 45 dias seguido touro até o final da EM (Grupo IA-convencional); 3) IATF no início da EM seguido touro até o final da EM; 4) IATF no início da EM, seguido de IA 12 horas após a detecção do cio por 45 dias e seguido de touro até o final da EM. Os dados estão apresentados no Gráfico 1. Gráfico 1. Taxa de prenhez acumulativa de vacas Nelore submetidas a diferentes manejos durante a estação de monta. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 Dias de Estação de Monta Taxa Prenhez Acumulada(%) IATF+touro IATF+IA Touro IA-conv a b c d a b Pietro S. Baruselli et al. BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA) 117 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 100,00 6/8/2005 21/8/2005 5/9/2005 20/9/2005 5/10/2005 20/10/2005 4/11/2005 IA conv IATF + cio IATF + touro touro Gráfico 2. Estimativa dos partos no ano subseqüente de vacas Nelore submetidas a diferentes manejos durante a estação de monta. Analisando o gráfico dos partos no ano subseqüente a sincronização, observa-se que 86% das vacas sincronizadas já tinham parido antes do início da estação de monta, enquanto que no grupo com observação de cio apenas 62% Os resultados são indicativos de que o uso estratégico da IATF em vacas Nelore (Bos indicus) lactantes como ferramenta de manejo reprodutivo promove antecipação da concepção (aproximadamente 1 mês) e incremento ao redor de 8% na taxa de prenhez ao final da EM, além de aumentar o número de vacas prenhes por IA. SINCRONIZAÇÃO DA OVULAÇÃO COM PROGESTERONA E PROGESTÁGENO Existem atualmente no mercado produtos eficientes que liberam progesterona (dispositivos intravaginais) e progestágesnos (implantes auriculares) com finalidade de sincronização do estro e da ovulação. Estes produtos são utilizados por um período de 7 a 12 dias, dependendo do protocolo estabelecido. A finalidade deste tratamento é manter altos os níveis de progesterona para suprimir a liberação endógena do hormônio luteinizante (LH), simulando a fase luteínica do ciclo estral. A regressão luteínica é alcançada pela aplicação de estradiol no início do tratamento ou pela administração de prostaglandinas no momento da remoção do implante. O Crestar é um implante auricular subcutâneo, utilizado para sincronização do crescimento folicular e da ovulação por um período de aproximadamente 9 dias. A finalidade deste implante é manter altos os níveis sangüíneos de progestágenos para suprimir a liberação do pico endógeno do hormônio luteinizante (LH), simulando a fase luteínica do ciclo estral. A regressão luteínica é alcançada pela aplicação de Valerato de estradiol (VE) no início do tratamento ou pela aplicação de prostaglandinas no momento da remoção do implante. Os implantes auriculares de progestágenos contêm Norgestomet (17􀀁-acetoxi-11􀀂- metil-19-norpreg-4-en-3,30-diona), que apresenta potência cerca de 200 vezes superior Estação de Monta Pietro S. Baruselli et al. BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA) 118 à da progesterona natural. Assim, o implante silástico de Crestar possui 3 mg de Norgestomet. O implante de silicone provoca a liberação do progestágeno de forma homogênea e linear (Kesler et al., 1995). Bó et al.(1991) observaram que a administração 5 mg de VE no momento da inserção de um implante do Norgestomet resultou na regressão dos folículos presentes no momento do tratamento e na emergência de uma nova onda de crescimento folicular. Além da sincronização do crescimento folicular, o VE apresenta ação luteolítica (Wiltbank e Kasson, 1968), dispensando a administração de prostaglandina na retirada do implante em vacas de corte. Assim como VE, o E-17􀀁 e o EB, em doses apropriadas, induzem eficientemente a emergência de uma nova onda de crescimento folicular (Martínez et al., 2004). Entretanto, devido ao menor tempo de permanecia destes fármacos na circulação, os mesmos possuem menor eficácia como agente luteolítico, necessitando desta forma que seja administrado prostaglandina ao protocolo. No entanto, existem trabalhos que relatam efeito negativo de elevadas concentrações de estradiol encontradas em animais tratados com Norgestomet + Valerato de estradiol (Wherman et al, 1993; Cavalieri et al., 1997), principalmente em novilhas Bos indicus. Verificou-se atraso e dispersão no início da onda de crescimento folicular quando novilhas Nelore foram tratadas com Valerato do que com Benzoato de estradiol (Sá Filho et al., 2006). Assim, pode-se supor que novilhas Bos indicus tratadas com 5 mg de Valerato de estradiol podem estar apresentando comprometimento no protocolo de sincronização da ovulação. Moura et al. (2003) avaliaram o efeito da administração de Benzoato de estradiol (BE) 24 horas após a retirada do Crestar novo ou reutilizado em 326 vacas Bos indicus e Bos taurus x Bos indicus, paridas há 68,5 ± 26,8 dias. No experimento 1, as vacas receberam no Dia 0 um Crestar e a administração de 5 mg de Valerato de estradiol (Grupos 1; n=82 e 2; n=75). No Dia 9, retiraram-se os implantes e foram administradas 400 UI de eCG. Após 24 horas da remoção do implante (Dia 10) apenas os animais do Grupo 2 receberam 1 mg de BE. No Experimento 2, as vacas dos Grupos 3 e 4 (n=83 e 86, respectivamente) receberam no Dia 0 um Crestar previamente utilizado por 9 dias e a administração de 2 mg de BE. No Dia 8, retiraram-se os implantes e foram administrados 400 UI de eCG IM e 150 μg de d-cloprostenol. Após 24 horas da remoção do implante (Dia 9), apenas os animais do Grupo 4 receberam 1 mg de BE. Os resultados dos experimentos estão detalhados na Tabela 1 e indicam que a administração de BE 24 horas após a remoção dos implantes não apresentou efeito positivo na taxa de concepção à IATF de vacas tratadas com Valerato de estradiol no momento da inserção do Crestar (protocolo tradicional). Entretanto, em vacas submetidas ao protocolo com implantes reutilizados de Crestar associado ao BE no início do tratamento (Experimento 2), a administração de 1 mg de BE (24 horas após a retirada dos implantes) determinou aumento significativo na taxa de concepção (sem BE 32,5% vs com BE 51,2%). O resultado concorda com os de outros pesquisadores que sincronizaram vacas com dispositivos intravaginais de progesterona (Cutaia et al., 2001; Colazo et al., 1999; Macmillan et al., 1993) e verificaram maiores taxas de concepção quando se administrou BE 24 horas após a retirada dos dispositivos. As taxas de concepção dos demais Grupos apresentaram resultados semelhantes, indicando viabilidade da reutilização do implante de Norgestomet para sincronização da ovulação e IATF em vacas de corte lactantes. Pietro S. Baruselli et al. BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA) 119 Tabela 1. Taxa de concepção (IATF) e de prenhez (IATF + touro) de vacas lactantes Nelore e 􀀁 sangue Nelore x Simental ou Angus tratadas com VE+NOR+CRESTAR+eCG e BE+CRESTAR reutilizado+eCG+PGF2􀀂 associado ou não ao Benzoato de estradiol 24 horas após a retirada do implante. Cascavel – PR, 2002. Grupos Número de animais Taxa de concepção a IATF (%) Experimento 1 VE+NOR + CRESTAR + eCG 82 51,2 (42/82) VE+NOR + CRESTAR + eCG+BE 75 50,6 (38/75) Experimento 2 BE + CRESTAR +eCG+PGF2􀀂 83 32,5b (27/83) BE + CRESTAR +eCG+PGF2􀀂+BE 86 51,2a (44/86) a 􀀁 b; p<0,05 USO DA ECG NOS PROTOCOLOS DE IATF A eCG é um fármaco de meia vida longa (até 3 dias), produzido nos cálices endometriais da égua prenhe (40 a 130 dias; Murphy and Martinuk, 1991) e que se liga aos receptores foliculares de FSH e de LH e aos receptores de LH do corpo lúteo (Stewart e Allen, 1981). A eCG cria condições de crescimento folicular e de ovulação e seu uso tem-se mostrado compensador em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade, em animais recém paridos (período pós parto inferior a 2 meses) e em animais com condição corporal comprometida (Baruselli et al., 2004a). Pesquisa realizada com 215 vacas Nelore paridas (75 ± 19 dias pós-parto) mantidas a pasto no Estado de Mato Grosso do Sul (Baruselli et al., 2003a) indicou que o grupo que recebeu eCG no momento da retirada do dispositivo apresentou maior taxa de concepção após a IATF (38,9 vs 55,1%). Quando foi avaliada a condição ovariana dos animais tratados, constatou-se que o efeito positivo da eCG aumentou conforme aumentou o grau de anestro. Os resultados positivos da utilização da eCG conforme o grau de ciclicidade também foram constatados em pesquisa realizada na Argentina (Cutaia et al., 2003). Rodrigues et al. (2004) verificaram aumento significativo na taxa de concepção de vacas Nelore tratadas com Crestar e eCG e submetidas a IATF [50,9% (56/110) vs. 37,8 (37/98)]. Apenas os animais em anestro responderam positivamente ao tratamento com eCG. Em outro experimento (SILVA et al., 2004) também foi verificado aumento na taxa de concepção com o uso de Crestar associado ao eCG na retirada Crestar em um grande número de vacas Nelore inseminadas em tempo fixo [33,8 (101/299) vs. 51,7% (155/300); Tabela 2]. Nesse mesmo experimento também foi observado aumento na taxa de concepção com a administração de GnRH (Fertagyl®) no momento da IATF [37,6 (114/303) vs. 48,0% (142/296)]. Em outro experimento para estudar a dinâmica folicular durante esses tratamentos (SÁ FILHO et al., 2004) foi verificado maior sincronização da ovulação em animais que receberam GnRH no momento da IATF (72,0 ± 1,0x vs. 71,1 ± 2,0 y h; P<0,05 – teste de Bartlett), indicando que administração de GnRH no momento da IATF aumenta a taxa de ovulação sincronizada e a taxa de concepção em animais tratados com Crestar. Pietro S. Baruselli et al. BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA) 120 Tabela 2. Taxa de concepção de vacas Nelore (Bos indicus) lactantes tratadas com implante auricular contendo Norgestomet (Crestar), com ou sem eCG na retirado do implante e com ou sem GnRH no momento da IATF. Tratamento N Taxa de Concepção (%) S/ eCG 299 33,8 (101/299)b C/ eCG 300 51,7 (155/300)a S/ GnRH 303 37,6 (114/303)b C/ GnRH 296 48,0 (142/296)a a 􀀁 b 􀀁 c na mesma coluna (P < 0,05) Com o objetivo de avaliar os efeitos do uso da eCG em programas de IATF utilizando Crestar, analisou-se a dinâmica folicular de vacas Nelore (Bos indicus) em anestro sincronizadas com Crestar e eCG (SÁ FILHO et al., 2004). Os animais foram tratados com Crestar e 5 mg de Valerato de estradiol associado a 3 mg de Norgestomet IM no dia 0. O implante foi removido no dia 9 e os animais foram divididos conforme o tratamento ou não com eCG na retirada do implante Exames ultra-sonográficos foram realizados durante o tratamento para acompanhamento da dinâmica folicular (Tabela 3 e Gráfico 3). Tabela 3. Dinâmica folicular de vacas Nelore (Bos indicus) lactantes em anestro tratadas ou não com eCG no momento da retirada do Crestar. Com eCG (n=26) Sem eCG (n=24) P Taxa de ovulação (%) 73,1 (19/26)a 50,0 (12/24)b 0,04 Diâmetro máximo do folículo dominante (mm) 1,22 ± 0,06 1,04 ± 0,07 0,04 Taxa de concepção (%) 46,2 (12/26)a 20,8 (5/24)b 0,02 Taxa de concepção dos animais que ovularam (%) 63,2 (12/19) 41,7 (5/12) 0,12 Pietro S. Baruselli et al. BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA) 121 Gráfico 3. Dinâmica folicular de vacas Nelore em anestro tratadas com protocolo Crestar associado ou não a 400 UI de eCG no momento da retirada do implante auricular (dia 9). Verificou-se que o tratamento com eCG no momento da retirada do Crestar aumentou o diâmetro máximo do folículo dominante (Gráfico 4), além de aumentar as taxas de ovulação e de concepção em vacas Nelore em anestro pós parto. Em outra investigação, Marques et al. (2003) objetivou verificar os efeitos da eCG em primíparas lactantes (60 dias pós-parto) meio sangue Nelore x Angus. Observou-se que os animais que receberam eCG apresentaram maiores concentrações plasmáticas de progesterona (P<0,05) 12 dias após o tratamento. Nesse experimento, o tratamento com eCG aumentou 16% a taxa de ovulação, entretanto não se verificou diferença significativa. Esses dados foram confirmados por outras pesquisas com novilhas Nelore, verificando significativo aumento (P < 0,05) na taxa de ovulação (76 vs 50%) e nas concentrações plasmáticas de progesterona (4,3±0,6 vs. 2,2±0,2 ng/ml) após o tratamento com eCG (Baruselli et al., 2004b). O aumento na taxa de concepção após o tratamento com eCG pode ser também devido ao incremento nas concentrações plasmáticas de progesterona após a ovulação, conforme descrito por Mann et al (1999). No Brasil, Reis et al. (2004) também verificaram correlação positiva entre a concentração plasmática de progesterona e a taxa de concepção em receptoras de embrião bovino. Assim, o aumento da taxa de concepção em animais tratados com eCG pode estar relacionado a: 1) incremento na taxa de ovulação, principalmente em animais em anestro, e; 2) aumento das concentrações plasmáticas de progesterona no diestro do ciclo subseqüente à IATF, que pode melhorar o desenvolvimento embrionário e a manutenção da gestação. Baruselli et al. (2004c) verificaram efeito do tratamento com eCG em função da condição corporal dos animais no momento do tratamento de sincronização da ovulação. Nesse estudo foram avaliadas 1987 IATF’s realizadas em vacas Nelore tratadas ou não com eCG no momento da retirada do dispositivo de progesterona. Os autores verificaram efeito positivo do tratamento com eCG somente nos animais com ECC 􀀁 3. Em animais com satisfatória condição corporal (> 3) não foi verificado efeito
positivo do tratamento com eCG na taxa de concepção. A condição corporal esta
freqüentemente relacionada à ciclicidade (D’occhio et al., 1990; Viscarra et al, 1998).
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10m D10t D11m D11t
Dias
mm
C/ eCG
S/ eCG
* *
Crestar
VE + Nor
Pietro S. Baruselli et al.
BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
122
Assim, animais com boa condição corporal apresentam alta taxa de ciclicidade, o que
dispensa o tratamento com eCG, conforme demonstrado por nossas pesquisas e já
discutido anteriormente.
Em outro experimento realizado recentemente (Ayres et al., 2006, dados não
publicados), foi verificado efeito positivo da eCG quando utilizada em animais
inseminados no período pós-parto precoce (30 a 59 dias; Gráfico 4). Observa-se
aumento na taxa de concepção tanto em animais com alto quanto com baixo escore de
condição corporal, principalmente quando a IATF é realizada entre 30 e 60 dias pósparto.
Assim, quando o tratamento de sincronização da ovulação para IATF é realizado
antes de 60 dias pós-parto recomenda-se a utilização de eCG em todos os animais,
independentemente da condição corporal. Penteado et al. (2006) confirmaram que é
possível obter satisfatórias taxas de concepção em vacas Nelore inseminadas em
tempo fixo no pós-parto precoce (40 a 60 dias). Após a análise de 2489 IATF’s,
verificou-se semelhantes taxas de concepção, independentemente do período pósparto
no qual foi realizada a IATF (Gráfico 5). É importante ressaltar que todos animais
foram tratados com eCG na retirada do Crestar.
Gráfico 4. Distribuição da taxa de concepção conforme o período pós-parto, o escore
de condição corporal e o tratamento com eCG em vacas Nelore
inseminadas em tempo fixo (n=617).
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
30-59 60-79 80-119
􀀁3,0 com eCG 􀀁3,0 sem eCG
>3,0 com eCG 􀀂3,0 sem eCG
a
a
b
a
ab
b
Pietro S. Baruselli et al.
BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
123
Gráfico 5. Distribuição da taxa de concepção conforme o período pós-parto (2489
inseminações) em vacas Nelore inseminadas em tempo fixo.
NÚMERO DE TRATAMENTOS PARA SINCRONIZAÇÃO DA OVULAÇÃO E IATF
Com o objetivo de diminuir o número de vezes (4 vezes) que os animais são
manejados no protocolo de sincronização para IATF que emprega Crestar reutilizado,
Ayres et al. (2006a) realizaram estudo para avaliar o efeito da substituição do BE 24
horas após a retirada do Crestar (4 manejos para IATF) pelo CE (Cipionato de
estradiol) no momento da retirada (3 manejos para IATF). Um total de 361 vacas
Nelore (60-75 dias pós-parto) receberam um Crestar previamente utilizado associado a
2mg de BE no Dia 0. No Dia 8, realizou-se a remoção do Crestar, a administração de
uma dose de prostaglandina e de eCG. A partir deste momento, as fêmeas foram
distribuídas homogeneamente em três grupos: Grupo 1mgBE (n=122), administração
de 1 mg de BE, i.m. 24 horas após a remoção do Crestar, Grupo 0,5mgCE (n=120) ou
Grupo 1mgCE (n=119), administração de 0,5 ou 1mg de CE i.m. (ECP􀀁) no momento
da retirada do Crestar, respectivamente. As fêmeas foram inseminadas em tempo fixo
(IATF) 52 a 56 horas após a remoção do Crestar.
Tabela 4. Efeito da administração de Cipionato de estradiol (0,5 ou 1,0mg) no momento
da retirada do implante ou de BE (1mg) 24h após, como indutores de
ovulação, na taxa de concepção à IATF em vacas Nelore (Bos indicus)
tratadas com Crestar.
TRATAMENTO N Tx. Concepção (%)
0,25 ml de ECP (D8) 120 36,7 (44/120)
0,50 ml de ECP (D8) 119 47,1 (56/119)
Benzoato de Estradiol (D9) 122 46,7 (57/122)
52,8%
55,2%
52,1%
56,3%
52,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
40-49 50-59 60-69 70-79 >80
n=142
n=759
n=263
n=684
n=641
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BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
124
Este resultado é indicativo que o Cipionato de estradiol na dose de 1mg pode ser
utilizado como indutor de ovulação em programas de IATF em vacas Nelore e
possibilita a redução do número de vezes que os animais necessitam ser manejados
(de 4 para 3 vezes). Também, facilita a administração de Cipionato de estradiol pelo
maior volume de fármaco utilizado (0,5ml), sem comprometer a eficiência do tratamento
de sincronização.
INTERVALO ENTRE A RETIRADA DO CRESTAR E A IATF
Na tentativa de melhorar o manejo da IATF, Ayres et al. (2006b) objetivaram estudar o
efeito do momento da inseminação artificial (manhã vs tarde) em vacas de corte
lactantes. Utilizaram-se 274 vacas lactantes (Bos indicus e Bos indicus x Bos taurus)
com período pós-parto entre 40 e 65 dias. No Dia 0, os animais receberam 5 mg de
Valerato de estradiol (i.m.) e um Crestar􀀁. No Dia 9, o implante foi removido e foram
administradas 400 UI de eCG. A partir deste momento, os animais foram divididos
homogeneamente em dois grupos. Um grupo (n=142) foi inseminado 48 horas após a
remoção do implante e o outro (n=132) 54 horas (Tabela 5).
Com o mesmo intuito do experimento anterior foi realizado outro estudo (Ayres et al.,
2006c) com 277 vacas lactantes (Bos indicus e Bos indicus x Bos taurus) com o
mesmo período pós-parto do experimetno anterior. No Dia 0, os animais receberam 2
mg de Benzoato de estradiol e um Crestar previamente utilizado por 9 dias. No Dia 8, o
implante foi removido e foram administradas 400 UI de eCG, 1,0 mg de Cipionato de
Estradiol e uma dose de prostaglandina. A partir deste momento, os animais foram
divididos homogeneamente em dois grupos, inseminados 48 horas após a remoção do
implante (n=136) ou 54 horas (n=136; Tabela 5).
Tabela 5. Taxa de concepção em vacas sincronizadas com Crestar e Valerato ou
Benzoato de estradiol, de acordo com o momento da inseminação artificial
em tempo fixo (48 ou 54h da retirada do implante).
Grupos
Número de
animais
Taxa de
Concepção a IATF (%)
Experimento 1
VE + CRESTAR (IATF de manhã; 48h) 142 67,6 (96/142)
VE + CRESTAR (IATF à tarde; 54h) 132 68,2 (90/132)
Experimento 2
BE + CRESTAR (IATF de manhã; 48h) 136 67,6 (92/136)
BE + CRESTAR (IATF à tarde; 54h) 136 62,4 (88/141)
Os resultados são indicativos de que tanto a inseminação artificial 48 quanto 54 h da
retirada do implante apresentam semelhantes taxas de concepção á IATF em
protocolos com Crestar associado ao Benzoato de Estradiol ou ao Valerato de estradiol
no dia 0.
UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLOS PARA IATF EM NOVILHAS NELORE (BOS
INDICUS)
Como discutido anteriormente, os programas de sincronização da ovulação
apresentam resultados satisfatórios e possibilitam o emprego da IATF em vacas
zebuínas (BARUSELLI et al., 2004). Contudo, estes programas apresentam
comprometimento quando utilizado em novilhas zebuínas, caso não seja levado em
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BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
125
consideração algumas particularidades na resposta à sincronização dessa categoria.
Estudos demonstraram que novilhas Bos indicus submetidas a tratamentos com
dispositivos intravaginais de progesterona apresentam baixa taxa de ovulação (34%)
ao final do tratamento (BARUSELLI et al., 2001), o que indica reduzida eficiência desse
protocolo de sincronização nessa espécie. No entanto, novilhas Bos taurus têm
apresentado satisfatórias taxas de ovulação e de prenhez quando sincronizadas com
dispositivos intravaginais de progesterona (BO et al., 2002; CUTAIA et al., 2003,
CARVALHO et al., 2004). Existem diferenças na fisiologia reprodutiva entre Bos taurus
e Bos indicus, o que podem determinar a reposta à sincronização. Uma das diferenças
marcantes está relacionada aos níveis de progesterona durante o ciclo estral. RANDEL
(1977) discute que fêmeas Bos indicus apresentam níveis de progesterona circulantes
inferiores a fêmeas Bos taurus. Na literatura existem referências de que altas
concentrações de progesterona diminuem a freqüência de liberação de LH e o
crescimento folicular (BERGFELD et al., 1995; 1996; BURKE et al., 1996).
Possivelmente novilhas Bos indicus respondem de forma diferente aos níveis
circulantes de progesterona liberados pelos dispositivos intravaginais que contém esse
hormônio..
Recentemente, procurou-se avaliar a dinâmica folicular e as concentrações plasmáticas
de progesterona durante o tratamento com dispositivo intravaginal de progesterona
(CIDR) em novilhas Bos indicus, Bos indicus x Bos taurus e Bos taurus (Carvalho et al.,
2004). O estudo também avaliou o efeito do tratamento com prostaglandina no dia da
inserção do dispositivo (Dia 0), com o objetivo de provocar antecipadamente a luteólise
e diminuir as concentrações sangüíneas de progesterona durante o tratamento. Os
resultados desse experimento foram indicativos de que o tratamento com
prostaglandina no Dia 0 aumenta a taxa de crescimento folicular, o diâmetro do folículo
dominante no dia da retirado do dispositivo (Dia 8), o diâmetro máximo do folículo
dominante e a taxa de ovulação em novilhas. Esses resultados sugerem que o
tratamento com PGF no dia do início da sincronização (Dia 0) pode aumentar a taxa de
concepção à inseminação artificial em tempo fixo em novilhas. No entanto, verificou-se
que novilhas Bos indicus apresentaram comprometimentos na taxa de crescimento do
folículo dominante, que culminou na diminuição do diâmetro máximo e da taxa de
ovulação, indicando baixa resposta ao tratamento de sincronização com dispositivo
intravaginal com 1,9g de progesterona.
Verificou-se também, que novilhas Bos indicus apresentaram maiores níveis circulantes
de progesterona durante o tratamento e que a administração de PGF2􀀁 no início do
tratamento foi eficiente para reduzir esses níveis. Possivelmente, em novilhas Bos
indicus tratadas com dispositivo intravaginal que liberam elevadas quantidades de
progesterona estaria ocorrendo diminuição da freqüência de liberação de LH e
afetando o crescimento folicular e a ovulação, comprometendo o emprego da IATF
nessa categoria com o emprego dessa metodologia de sincronização.
Visando compreender melhor o efeito da concentração plasmática de progesterona no
crescimento folicular, Mantovani et al. (2004) avaliou a dinâmica folicular e as
concentrações plasmáticas de progesterona durante o tratamento com dispositivos
intravaginais de progesterona novos ou reutilizados e tratados com prostaglandina em
diferentes momentos (dia 5 ou dia 8 do início do tratamento com CIDR). Verificou-se
que as novilhas que receberam prostaglandina no dia 5 do início do tratamento
apresentaram diminuição das concentrações plasmáticas de progesterona comparado
com as que receberam prostaglandina no dia 8. As novilhas expostas a menores
concentrações de progesterona apresentaram aumento no diâmetro do folículo
dominante e da taxa de ovulação, apesar da taxa de ovulação não ter apresentado
diferença estatisticamente significativa. Os resultados são sugestivos de que a é
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BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
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possível aumentar a eficiência dos protocolos de sincronização da ovulação em
novilhas Bos indicus x Bos taurus empregando técnicas que diminuam a concentração
de progesterona durante a fase de crescimento do folículo ovulatório.
Em outro experimento, Sá Filho et al., (2005c) avaliaram o efeito da fonte de
progesterona (P4; CIDR) ou de progestágeno (Crestar) na resposta folicular de 48
novilhas Nelore cíclicas. Os resultados podem ser observados nos Gráficos 7 e Tabela
8.
Gráfico 6. Dinâmica folicular de novilhas Nelore (Bos indicus) tratadas com implante
auricular de Norgestomet ou com dispositivo intravaginal de progesterona.
Tabela 8. Dinâmica folicular de novilhas Nelore (Bos indicus) tratadas com implante
auricular de Norgestomet (Crestar) ou com dispositivo intravaginal de
progesterona (CIDR).
CIDR Crestar
Efeitos
(valor de P)
Número de animais 21 24 Implante
Diâmetro FL Dia 0 1.01±0.03 1.00±0.04 0.83
Emergência Folicular 3.1±0.15 2.9±0.13 0.38
Diâmetro FD Dia 8 0.83±0.03 0.99±0.03 <0.01
Diâmetro FD na IATF 0.92±0.05 1.15±0.05 <0.01
Diâmetro FL máximo 0.97±0.04 1.17±0.04 <0.01
Diâmetro FL ovulatório 1.06±0.05 1.22±0.04 0.02
Taxa de crescimento folicular médio (cm/dia) 0.10±0.01 0.13±0.01 0.01
Taxa de ovulação (%) 57.1 (12/21) 83.3 (20/24) 0.03
Momento da ovulação (h) 79.6±2.92a.x 73.2±0.83b.y
0,01
(*<0.01)
0.3
0.5
0.7
0.9
1.1
1.3
D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10m D10t
Dias do tratamento
cm
CIDR
CRESTAR *
*
*
*
*
Dispositivo de P4
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BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
127
O tratamento com Crestar aumentou diâmetro FD no dia 8, diâmetro FD na IATF,
diâmetro FL máximo, diâmetro FL ovulatório, taxa de crescimento folicular médio
(cm/dia), taxa de ovulação (%), momento da ovulação (h; p<0,05). Sabe-se que o
bloqueio do LH promovido durante os tratamentos de sincronização varia em função da
fonte de progesterona utilizada, visto que os progestágenos promovem menor
supressão na freqüência de LH (Kojima et al., 1992). Com isto, pode-se concluir que é
possível obter satisfatórias taxas de ovulação sincronizada em novilhas Nelore cíclicas
tratadas para sincronização da ovulação com implante auricular de Norgestomet
associado ao Benzoato de estradiol no início do tratamento.
Em outro experimento foi verificado que a administração Valerato de estradiol junto
com um implante do Norgestomet resultou na regressão dos folículos antrais (Bó et al.,
1991), e foi atribuído à supressão prolongada de concentrações do plasma FSH (Bó et
al., 1993). Em novilhas, estrógenos de permanência mais prolongada na corrente
sanguínea (Valerato de estradiol) têm atrasado e desincronizado o início da nova onda
de crescimento folicular e comprometido a eficiência dos tratamentos (Sá Filho et al.,
2006). Rodrigues et a., (2003) observaram que novilhas Bos indicus X Bos taurus
tratadas com Crestar associado ao Valerato de estradiol no início do tratamento
apresentaram menor taxa de ovulação e diâmetro do CL após a sincronização que
novilhas tratadas com Benzoato de estradiol. Assim, recomenda-se utilizar BE no início
do tratamento com Crestar em novilhas Bos indicus.
Assim, um experimento foi realizado para avaliar a dinâmica folicular de novilhas
Nelore tratadas com Benzoato de estradiol (em substituição ao tratamento com
Valerato de estadiol e Norgestomet, I.M.), associados ou não à progesterona injetável
no início do tratamento com Crestar (Sá Filho et al., 2005a). Foram utilizadas 18
novilhas Nelore, subdivididas em dois tratamentos (BE ou BE+P4 no dia 0). Nesse
estudo não foi verificado diferença na emergência da onda de crescimento folicular
(3,3±0,3 vs 2,7±0,2 dias), no diâmetro do folículo dominante no dia da retirada do
Crestar (dia 8; 0,86±0,07 vs 1,01±0,07 cm), no diâmetro máximo do folículo ovulatório
(1,05±0,05 vs 1,26±0,06 cm), na taxa de ovulação [100,0% (8/8) vs 77,7% (7/8)] e no
intervalo retirada implante-ovulação (73,7±1,7 vs 72,0±0,0h). Assim, não é necessária a
administração de P4 juntamente com o BE no início do tratamento com Crestar.
Em um segundo experimento (Torres-Júnior et al., 2005) avaliou-se o efeito da adição
de uma dose de prostraglandina no momento da inserção do implante em novilhas
cíclicas tratadas com Crestar e Benzoato de estradiol. Um total de 22 novilhas Nelore
(Bos indicus) foram pré-sincronizados com duas doses de PGF2􀀁, com intervalos de 14
dias, antes do início do tratamento (Tabela 6).
Tabela 6. Efeito da administração de PGF2􀀁 no início do tratamento com Crestar e
Benzoato de estradiol em novilhas Nelore (Bos indicus).
c/ PGF2􀀁D0 s/ PGF2􀀁D0
Número de animais 11 11
Diâmetro folicular no Dia 0 (cm) 0,97 ± 0,07 1,05 ± 0,05
Diâmetro do FD no Dia 8 (cm) 0,98 ± 0,05 1,02 ± 0,05
Diâmetro máximo do folículo dominante (cm) 1,17 ± 0,07 1,26 ± 0,05
Momento da ovulação (horas) 72,0 ± 0,0 72,0 ± 0,0
Taxa de ovulação (%) 90,9 (10/11) 81,8 (9/11)
Taxa de concepção (%) 45.5 (5/11) 45.5 (5/11)
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128
A hipótese inicial, de que a administração de PGF2􀀁 no início do protocolo de
sincronização (D0) diminui as concentrações plasmáticas de progesterona e aumenta o
tamanho do folículo e a taxa de ovulação, foi rejeitada. Isto, provavelmente, é
decorrente do menor bloqueio na pulsatilidade do LH proporcionada pelo implante de
Norgentomet, contrariamente ao verificado quando se utilizou implantes intravaginas
contendo 1,9g de progesterona.
Os dos dois experimentos citados reforçam que é possível obter satisfatórias taxas de
ovulação que justificam o emprego da IATF em novilhas Nelore tratadas com Crestar e
Benzoato de estradiol no dia 0.
Dando continuidade aos estudos, Sá Filho et al., (2005b) avaliaram o efeito da
aplicação de 400 UI de eCG no momento da retirada do Crestar em novilhas Nelore
cíclicas e não cíclicas. Um total de 177 animais foi selecionado de acordo com a
presença ou ausência de CL no dia do início do tratamento. A partir dessa avaliação,
os animais foram novamente subdividos em dois grupos (Fatorial 2 x 2) de acordo com
a ciclicidade e o tratamento com eCG. Os resultados podem ser observados nas
Tabelas 7.
Tabela 7. Efeito da ciclicidade e do tratamento com eCG na dinâmica folicular, função
luteínica e taxa de prenhez em novilhas Nelore tratadas com Crestar e
Benzoato de estradiol e inseminadas em tempo fixo.
P Value
(F test)
Não
Ciclando
(n=53)
Ciclando
(n=124)
sem eCG
(n=87)
com eCG
(n=90)
Cicl. eCG
Diâmetro Folicular
no D8 (cm)
0.89±0.02 0.82±0.02 0.82±0.02 0.86±0.02 0.04 0.28
Diâmetro Folicular
no D10 (cm)
1.02±0.03 1.00±0.02 0.95±0.02 1.06±0.02 0.58 <0.001
Taxa de Ovulação
(%)
88.7 (47/53)
82.2
(102/124)
73.6 (64/87) 94.4 (85/90) 0.28 <0.001
Diâmetro do CL no
D15 (cm)
1.42±0.04 1.50±0.03 1.39±0.03 1.55±0.03 0.04 <0.001
Concentração
Sérica de P4 no
D15 (ng/mL)
5.02±0.92 5.16±0.80 3.64±0.73 6.56±0.99 0.91 0.02
Taxa de Prenhez
(%)
30.2 (16/53) 49.2 (61/124) 36.8 (32/87) 50.0 (45/90) 0.02 0.04
Taxa de Prenhez
nas ovuladas (%)
34.0 (16/47) 59.8 (61/102) 50.0 (32/64) 52.9 (45/85) 0.004 0.71
O tratamento com eCG aumentou o diâmetro folicular, a taxa de ovulação, o diâmetro
do CL e a taxa de prenhez à IATF. Novilhas Nelore não cíclicas apresentaram menor
diâmetro do CL e menor taxa de prenhez que novilhas ciclando. Portando, essa
informação demonstra a necessidade de se avaliar a ciclicidade das novilhas antes de
iniciar um protocolo de IATF. Os resultados indicam que é possível obter satisfatórias
taxas de concepção à IATF em novilhas Bos indicus que já atingiram a maturidade
sexual (ciclando).
Pietro S. Baruselli et al.
BIOTECNOLOGIA DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS (2O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA)
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