PRODUÇÃO A CAMPO

PRODUÇÃO A CAMPO
PRODUZIR UM BOM TERNEIRO VACA / ANO

Avaliação dos Impactos da tecnologia de acasalamento de outono em Bovinos de Corte

89 ISSN 1982-5390
Dezembro, 2009
Documentos
Avaliação dos Impactos da
Tecnologia Acasalamento de
Outono em Bovinos de Corte
Embrapa Pecuária Sul
Bagé, RS
2009
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro de Pesquisa de Pecuária dos Campos Sulbrasileiros
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
ISSN 1982-5390
Dezembro, 2009
89
Jorge Luiz Sant'Anna dos Santos
Viviane de Bem e Canto
Avaliação dos Impactos da
Tecnologia Acasalamento de
Outono em Bovinos de Corte
© Embrapa, 2009
Embrapa Pecuária Sul
BR 153, km 603 - Caixa Postal 242
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Embrapa Pecuária Sul
Santos, Jorge Luiz Sant'Anna dos
Avaliação dos impactos da tecnologia Acasalamento de Outono
em Bovinos de Corte / Jorge Luiz Sant'Anna dos Santos, Viviane de
Bem e Canto._ Bagé: Embrapa Pecuária Sul, 2009.
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1. Impacto ambiental. 2. Impacto social. 3. Impacto econômico.
4. Tecnologia. 5. Gado de corte. I. Canto, Viviane de Bem e. II. Título. III.
Série.
CDD 636.213072
http://www.cppsul.embrapa.br/unidade/publicacoes:list/213
Autores
Jorge Luiz Sant'Anna dos Santos
Sociólogo, Mestre (M.Sc.) em Planejamento
Urbano e Regional
Analista da Embrapa Pecuária Sul
Caixa Postal 242, BR 153 Km 603
CEP 96401-970 - Bagé, RS – Brasil
e-mail: jorge@cppsul.embrapa.br
Viviane de Bem e Canto
Engenheira Agrônoma, B.Sc
Analista da Embrapa Pecuária Sul
Caixa Postal 242, BR 153 Km 603
CEP 96401-970 - Bagé, RS - Brasil
e-mail: viviane@cppsul.embrapa.br
1. Identificação da tecnologia ...............................................
2. Procedimentos metodológicos ........................................
3. Identificação dos impactos na cadeia produtiva ............
4. Impactos econômicos .......................................................
5. Impactos sociais ................................................................
6. Impactos ambientais ........................................................
7. Avaliação integrada e comparativa dos impactos
gerados ..................................................................................
8. Custos para a geração da tecnologia ..............................
9 . Ações sociais .....................................................................
Referências.............................................................................
Literatura recomendada .......................................................
Sumário
6
8
10
12
20
25
26
15
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29
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1. Identificação da tecnologia
Descrição sucinta
Nos últimos oito anos tem sido prática corrente na Embrapa a
avaliação das tecnologias lançadas por suas unidades descentralizadas
e transferidas aos produtores. A Embrapa construiu e aprimorou nesse
período uma metodologia de avaliação de impactos, que será exposta
no decorrer desse texto, trabalho que foi conduzido pela Secretaria de
Gestão Estratégica, da Embrapa-Sede. A tecnologia aqui avaliada,
compreende um manejo reprodutivo que viabiliza o aumento da taxa
de prenhez anual, tradicionalmente baixa (de 48 a 50%), em sistemas
produtivos que operam com pecuária de corte realizada em regime
extensivo e pastagens naturais. Em tais tipos de sistemas, ou os
bovinos são acasalados somente no período de primavera-verão, ou o
procedimento é feito durante o ano todo, o que provoca falta de
homogeneidade dos produtos gerados (terneiros) e subutilização dos
recursos disponíveis (SALOMONI; SILVEIRA, 1996). A adoção da
tecnologia implica que o produtor faça a identificação das vacas que
não conceberam (“falhadas”) na época de acasalamento tradicional
(primavera-verão) e repita o entouramento das mesmas durante o
outono, aumentando desse modo o número de concepções no
estabelecimento e, consequentemente, a produtividade. É importante
indicar que a máxima disponibilidade de espécies forrageiras nativas,
Jorge Luiz Sant'Anna dos Santos
Viviane de Bem e Canto
Avaliação dos Impactos da
Tecnologia Acasalamento de
Outono em Bovinos de Corte
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Ano de lançamento: 1995
Ano de início de adoção: 1998
Abrangência
- Rio Grande do Sul: Fronteira Sudoeste, Depressão Central, partes
nordeste e noroeste do estado;
- Santa Catarina: Planalto Catarinense (principalmente, na região
polarizada pelo município de Lages), Vale do Itajaí e parte do litoral;
- Paraná: área sudoeste do estado.
Beneficiários
Estabelecimentos de quaisquer tamanhos (pequenos, médios e
grandes estabelecimentos), especializados em cria e que realizam o
ciclo completo da bovinocultura de corte (não especializados) são
beneficiados diretamente pela tecnologia. Estabelecimentos de recria
de terneiros e de engorda de novilhos são favorecidos na medida em
que passa a existir uma maior oferta de animais para a compra.
Frigoríficos, abatedouros e a agroindústria para quem a carne bovina é
uma matéria-prima essencial são indiretamente beneficiados com a
tecnologia, pois ela contribui positivamente para o atendimento de
suas demandas em diferentes épocas do ano, da mesma forma que os
organizadores de feiras e concursos de terneiros, terneiras e
vaquilhonas, muito habituais e concorridos em diferentes pontos da
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
conforme apontaram vários estudos realizados pela Embrapa Pecuária
Sul e outras instituições, ocorre nos meses de fevereiro, março e abril,
atendendo de maneira mais eficaz, para as vacas entouradas no
outono, as necessidades alimentares das vacas de cria, que são
intensas durante o terço final da gestação e nos primeiros três meses
de lactação. Ventres entourados na estação habitual (primavera-verão)
passam por um período crítico de restrição alimentar durante o
inverno, que cobre o terço final da gestação, fazendo com que as vacas
dêem crias já fracas e com pouca produção de leite. Mesmo para as
parições ocorridas entre agosto e novembro, quando em anos
chuvosos o produtor pode contar com o rebrote das espécies
forrageiras nativas a partir do mês de setembro, ainda se pode verificar
uma baixa oferta de forragem para consumo dos animais. Portanto, o
entoure de vacas no período de outono, combinado com o entoure no
período tradicional, proporciona um aumento da taxa de prenhez anual
e da produtividade da atividade pecuária.
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O trabalho de avaliação dos impactos dessa tecnologia obedeceu a
procedimentos que estão expostos abaixo:
- Levantamento das informações acerca da pesquisa e das condições
da sua realização, através de entrevista com o pesquisador da Embrapa
Pecuária Sul responsável pela execução do projeto, buscando delinear
uma caracterização do objeto da avaliação.
- Definição do quadro de informantes (produtores, multiplicadores e
especialistas), respeitando a área de abrangência em um sentido
geográfico.
- Utilização do Sistema de Avaliação de Impacto Social de Inovações
Tecnológicas Agropecuárias (Ambitec-Social) e do Sistema de
Avaliação de Impacto Ambiental de Inovações Tecnológicas
Agropecuárias (Ambitec-Agro), para a avaliação dos impactos sociais e
ambientais, respectivamente. Esses sistemas compõem-se de
conjuntos de indicadores, agrupados em diferentes aspectos, que
buscam considerar a contribuição da tecnologia nos âmbitos social e
ambiental. Os dados para a avaliação pelos sistemas Ambitec são
obtidos por meio de entrevistas individuais com especialistas e
produtores adotantes da tecnologia. Nessas entrevistas, o avaliador
solicita aos informantes que indiquem a direção (aumenta, diminui ou
permanece inalterado) dos coeficientes de alteração e o grau do
impacto (forte, moderado ou inalterado) para cada indicador como
resultado específico da aplicação da tecnologia à atividade, na situação
particular do adotante e na experiência do especialista no trato com a
tecnologia, conforme Tabela 2.1. Na oportunidade, também é feita uma
observação direta/vistoria da atividade envolvida com a tecnologia no
estabelecimento em avaliação, com o objetivo de verificar a qualidade
das informações.
Tabela 2.1. Efeitos da inovação tecnológica e coeficientes de alteração do componente a
serem inseridos nas células das matrizes de avaliação de impactos social e ambiental da
inovação tecnológica dos sistemas Ambitec-Social e Ambitec-Ambiental.
2. Procedimentos metodológicos
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
região Sul do país. Ainda pelo lado da oferta, pode-se assegurar que os
consumidores em geral são beneficiados, principalmente quando se
consideram as variáveis abastecimento e preço no varejo.
Cada indicador é composto por variáveis, as quais ajudam o
entrevistado a estimar o impacto representado por aquele indicador. Os
dados obtidos são inseridos em matrizes de ponderação automatizadas
que compõem os sistemas Ambitec, para a obtenção dos resultados
parciais relativos aos diferentes aspectos. Os diferentes aspectos,
considerados conjuntamente, formam os índices de impacto social e
ambiental da inovação tecnológica agropecuária (RODRIGUES, 2008a,
2008b). Os fatores de ponderação que fazem parte das matrizes ou
planilhas relativizam as alterações, conforme a escala de ocorrência da
alteração (pontual, local ou entorno) e o peso da variável na composição
do indicador. Desse modo, um indicador pode apresentar coeficiente de
impacto que varia de -15 a +15, como pode ser exemplificado a seguir
com a planilha do Ambitec-Social, referente ao indicador capacitação,
conforme foi preenchida pela equipe.
Fig. 1. Ambitec-Social: Acasalamento de outono em bovinos de corte – emprego
(capacitação)
- Realização do trabalho de campo, que se processou nos meses de
outubro, novembro e primeira semana de dezembro de 2008, no qual
foram registradas informações a partir de 12 entrevistas, conduzidas de
acordo com roteiros previamente elaborados, sintonizados com a
condição do potencial entrevistado (produtor ou especialista), e
observação direta nas propriedades rurais de produtores adotantes da
tecnologia, médios e grandes, basicamente orientados para o mercado,
cobrindo os municípios indicados na Tabela 2.2. Não foram realizadas
entrevistas no Estado do Paraná por uma razão pragmática: o pouco
tempo disponível para a conclusão do trabalho de campo. Ademais, a
maior facilidade encontrada na região da serra catarinense para a
obtenção de informantes, em razão de relações estabelecidas entre a
Embrapa Pecuária Sul e a EPAGRI-SC, por ocasião do lançamento da
tecnologia, conferiam a esta última (porque dispunha de conhecimento
prévio sobre a tecnologia) capacidade automática para indicar
produtores que a adotavam. Isso permitiu que praticamente fosse
esgotada a cota dos dois estados que compõem com o RS a área de
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte 9
Tabela 2.2. Número de entrevistas realizadas por município
- Consulta às fontes qualificadas para obtenção de diversos indicadores
econômicos, principalmente a formação dos preços de mercado do
produto, relacionado diretamente ao uso da tecnologia (preço do quilo
do terneiro) em diferentes anos, e os custos de produção por cabeça.
- Análise e interpretação dos coeficientes de impactos sociais e
ambientais, buscando delimitá-los ao contexto de utilização da
tecnologia na cadeia produtiva.
3. Identificação dos impactos na cadeia produtiva
Nesta última década, o segmento da carne bovina e seus derivados
atravessou alguns reveses que colocaram em xeque a atuação e a
permanência no negócio dos diferentes membros da cadeia produtiva,
principalmente, quando se considera o período 2004-2006. Combinado
a um crescimento da demanda por carnes em geral nos estratos de
renda mais baixos da população, em decorrência de medidas
macroeconômicas (como o incremento do emprego formal e o
progressivo aumento do salário mínimo), assistiu-se a uma decolagem
dos preços dos insumos da pecuária, enquanto declinava fortemente o
valor do quilo do boi no mercado, pondo em risco o prosseguimento
dos elos da cadeia produtiva. Embora tenha ocorrido em nível nacional,
na região Sul do país esse fenômeno parece ter sido mais intenso pela
própria posição peculiar da pecuária dos seus três estados. A pecuária
gaúcha é extremamente dependente do seu mercado interno (97% da
sua produção são consumidas nos seus limites geográficos). Já Santa
Catarina e Paraná são importadores de outros estados, onde a pecuária
10
p p
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
abrangência na amostragem (6 entrevistas entre as 12 requeridas para a
avaliação). O peso da pecuária de corte do RS em toda a região Sul
claramente impunha que metade das entrevistas fosse feita com
produtores desse estado. Dificilmente essa ausência de produtores do
sudoeste do Paraná implicaria vieses no resultado da avaliação.
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As entrevistas com produtores e com especialistas mostraram, no
entanto, que um grau mais elevado de adoção da tecnologia poderia
ter um efeito mais expressivo sobre a cadeia produtiva, o que
dependeria de um trabalho mais intensivo voltado para a transferência
da tecnologia. Mais uma vez, impõe-se o problema da escala de
adoção. Mesmo o produtor que adota o acasalamento de outono sendo
levado a adquirir mais insumos, conforme já foi indicado, seu pouco
expressivo número não chega a afetar positivamente a indústria de
produtos voltados para a nutrição animal, tampouco a indústria
química, produtora de vermífugos, situadas à montante na cadeia da
carne bovina. Da mesma forma, as entrevistas com especialistas
revelaram que a tecnologia não produziu impacto nas atividades de
abate, situadas à jusante.
Se forem consideradas apenas as áreas da Depressão Central e do
Sudeste e Sudoeste do Rio Grande do Sul, há algo em torno de 120 mil
estabelecimentos de pecuária, de acordo com o último Censo
Agropecuário do IBGE. As projeções do número de adotantes situaramse
em 1.547 produtores para o ano de 2007, para toda a área de
abrangência da tecnologia, ou seja, um percentual em torno de 0,3%
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
trabalha com escalas maiores, usufruindo, portanto, de menores custos
de produção, como Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
A adoção da tecnologia “Acasalamento de outono em bovinos de corte”
serviu, embora em reduzida escala, especialmente durante os anos
2004 e 2005 - de progressiva redução dos preços do boi -, como uma
das estratégias para evitar uma redução mais acentuada dos rebanhos,
já que os produtores passaram a vender suas matrizes, como forma de
assegurar renda e manter seus compromissos. O efetivo do rebanho
bovino gaúcho, que era de 13.255.000 cabeças em 1995, manteve-se em
2005 com 13.868.000 cabeças; o efetivo do Paraná, que era de 9.871.000
cabeças em 1995, manteve-se com 9.966.000 cabeças em 2005,
conforme dados apresentados por Neumann et al. (2006). É uma
tecnologia cuja adoção requer mudanças drásticas na gestão
convencional dos sistemas produtivos de pecuária extensiva em áreas
de pastagens naturais e na própria visão dos produtores com relação à
sua atividade e o contexto na qual está inserida. Provoca um efeito
direto sobre a capitalização dos produtores, especialmente dos
pequenos e médios, que no segundo ano a partir da data de adoção
(para produtores que vendem para estabelecimentos de recria e
engorda) já começam a desfrutar de um número maior de matrizes e de
maior renda com a venda dos terneiros. Isso implica um incremento
moderado do custeio, na medida em que, aumentando o número de
cabeças no rebanho, torna-se necessário adquirir mais insumos, como
sal mineral para alimentação e vermífugos, do mesmo modo que exige
melhor manejo das pastagens naturais.
12
4. Impactos econômicos
4.1. Avaliação e análise dos impactos econômicos
A metodologia proposta para esta avaliação é a do excedente
econômico, conforme recomenda Avila et al. (2008). O tipo de impacto
econômico avaliado foi o incremento da produtividade, condizente com
essa tecnologia.
Na Tabela 4.1.1, pode-se visualizar o rendimento anual dos produtores
caso não lançassem mão da tecnologia, comparado com o rendimento
fazendo-se uso do acasalamento de outono, e o ganho unitário por
adotante. Tomou-se como parâmetro o número de 250 ventres, média
entre os produtores entrevistados, e uma taxa de prenhez da ordem de
55%, um pouco acima da normalmente mencionada pela literatura (48
a 50%) para a pecuária da região Sul (SALOMONI; SILVEIRA, 1996).
Observa-se o movimento anual dos preços dos terneiros que, de um
aumento substancial nos primeiros anos da década de 2000, começa a
declinar em 2004 e 2005, recuperando-se somente ao final de 2006,
elevando-se bastante em 2007, para atingir um pico em 2008. É preciso
destacar que os preços nesse último ano representam o dobro do que
era pago em 2004-2005. É nesse período crítico que os produtores
acentuam a venda de matrizes, fazendo com que haja uma diminuição
da produção de terneiros, além da diminuição da produtividade e do
ganho unitário por produtor. Por outro lado, o ano de 2008 representou,
conforme pode ser visto na Tabela 4.1.1, um ano de forte aumento do
preço do boi no mercado, impondo uma inflexão na venda de matrizes
e, consequentemente, na produtividade, que retorna ao patamar de 50
cabeças.
O fato de o produtor aumentar a sua produtividade (maior número de
terneiros nascidos anualmente em função de dois períodos de
entouramento) repercute no aumento do custeio (incremento
moderado da quantidade de insumos, como sal mineral para
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
dos estabelecimentos, quando se consideram também as áreas de
Santa Catarina e Paraná. Considerando-se somente as áreas do Rio
Grande do Sul onde a tecnologia foi adotada, este percentual é de
0,8%. É paradoxal que uma tecnologia voltada para a capitalização do
produtor ainda sofra enormes restrições por parte especialmente dos
pequenos pecuaristas familiares, em grande parte por razões culturais,
conforme apontaram os especialistas durante as entrevistas. A
Embrapa Pecuária Sul precisa retomar, no período o mais breve
possível, um trabalho planejado e intensificado de transferência dessa
tecnologia.
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Foram consideradas 50 cabeças, entre os anos de 1998 e 2003, e 45
cabeças, entre os anos de 2004 e 2007, como resultado do aumento da
produtividade, com base em medições efetuadas com os produtores
durante as entrevistas. Foi estabelecido um dado que refletisse uma
média do impacto da tecnologia na produtividade dos adotantes (50
cabeças ou 36% de incremento), levando-se em consideração o efeito
trazido pela queda do preço do boi e a venda de matrizes, já
comentados, que implicou moderada redução da produtividade para 45
cabeças (32%) entre os anos de 2004 e 2007.
Um incremento dessa ordem exigiu que os produtores se engajassem
mais diretamente na gestão dos estabelecimentos, procurando realizar
ajustes em função da existência de um maior número de cabeças nos
rebanhos. O melhor manejo das pastagens e uma maior preocupação
com a alimentação em geral do rebanho pôde ser constatada, esforços
que foram, em grande parte, viabilizados com uma maior capitalização
dos produtores que já haviam adotado a tecnologia nos anos em que
os preços de venda dos terneiros estavam mais favoráveis,
especialmente a partir do segundo semestre de 2006.
A Tabela 4.1.2 apresenta os benefícios econômicos na região Sul
advindos da adoção da tecnologia, levando-se em conta a participação
da Embrapa (70%) e o número de adotantes, que foi estimado
anualmente com incremento fixo de 20%. Tanto o dado relativo à
participação da Embrapa quanto aquele que se refere ao número de
adotantes foram estimados com base em informações fornecidas pelo
pesquisador que gerou a tecnologia e pelos técnicos das instituições
parceiras (EPAGRI–SC e EMATER-RS).
No primeiro caso, cabia estabelecer, em termos percentuais, a
participação líquida da Embrapa Pecuária Sul na geração, validação e
transferência da tecnologia, considerando a colaboração através dos
anos dos órgãos de pesquisa, assistência técnica e extensão rural
(AVILA et al., 2008). As informações indicavam uma participação das
instituições parceiras da ordem de 30%, tendo disposto a Embrapa
Pecuária Sul de um esforço majoritário que chegava a 70% na criação e
difusão da tecnologia avaliada.
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
alimentação animal, de vermífugos, além dos insumos para melhoria
do manejo do campo nativo). O cálculo dos custos adicionais foi
apoiado pelo dado do Anualpec (ANUÁRIO..., 2009), que realizou
pesquisa sobre custo anual de produção por cabeça, para o ano de
2008, relativo ao município de Alegrete, no Rio Grande do Sul.
14 Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
No segundo caso, tratava-se de estimar o número de adotantes entre
1998 e 2008. Informações obtidas com extensionistas e técnicos com
experiência na assistência a produtores, nos municípios selecionados
para o trabalho de campo, indicaram que o grau de adoção da
tecnologia havia sido muito baixo, dificultando a identificação dos
produtores que a utilizavam. Verificou-se, na ocasião, que todo o
universo da pequena pecuária de base familiar estaria descartado para
efeito de estabelecer a estimativa do número de adotantes. Os
produtores apontados pelos técnicos extensionistas e secretários
municipais de desenvolvimento rural ou agricultura para a realização
de entrevistas apresentavam um perfil de médio proprietário, com área
média da propriedade em torno de 800 ha. Isso reduziu bastante o
tamanho do universo dos adotantes para que se pudesse fazer a
estimativa. Considerando-se o número de 20 mil estabelecimentos no
RS e mais 10 mil nos outros dois estados que se enquadram nesse
perfil, procedeu-se a uma estimativa de 1% desse universo, que
representa 300 adotantes. Optou-se igualmente por um percentual fixo
de incremento do número de adotantes da ordem de 20% anualmente,
tímido em função do reconhecimento do esforço reduzido de
transferência da tecnologia.
É possível notar que o benefício econômico acompanha a variação dos
preços de mercado do produto, muito acentuada em alguns anos, para
cima ou para baixo. Mesmo adotada em pequena escala, a tecnologia
impulsionou benefícios econômicos significativos.
Tabela 4.1.1. Ganhos líquidos unitários
Obs.: média de peso do terneiro - 170 kg
* EMATER/RS
** Fonte: Anualpec (ANUÁRIO..., 2009). Dados de custo anual: R$/cab. para o município
de Alegrete (RS). Os valores foram deflacionados com base no Índice de Preços no
Atacado (IPA-FGV).
15
Tabela 4.1.2. Benefícios econômicos na região Sul
5. Impactos sociais
5.1. Avaliação dos impactos sociais
A avaliação dos impactos sociais foi feita utilizando-se o Sistema de
Avaliação de Impacto Social de Inovações Tecnológicas Agropecuárias
(Ambitec-Social), desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente, que
integra um conjunto de 14 indicadores, agrupados em quatro aspectos
– emprego, renda, saúde e gestão e administração – com o objetivo de
expressar a contribuição da inovação tecnológica agropecuária para o
bem-estar social no âmbito de um estabelecimento rural (RODRIGUES,
2008b).
5.1.1. Emprego
Tabela 5.1.1.1. Emprego
* Produtor comercial (médio e grande).
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
Entre os indicadores considerados, conforme Tabela 5.1.1.1, a
capacitação, proporcionada pelo uso da tecnologia, foi o que recebeu
maior peso (5,3 de coeficiente) entre todos os indicadores sociais por
parte dos entrevistados, tanto produtores quanto especialistas,
principalmente a capacitação local de curta duração, que requer nível
básico de conhecimento. Esse resultado expressa a média obtida com
as informações coletadas durante as entrevistas, lançadas nas planilhas
do Ambitec-Social e combinadas com a escala de ocorrência do
impacto e o peso do componente, conforme descrito nos
procedimentos metodológicos.
É preciso considerar que a adoção dessa tecnologia pode estar
diretamente ligada à execução de tarefas que, embora de pouca
complexidade, pressupõem uma unidade produtiva com algum nível
de tecnificação. Desse modo, o comparecimento do proprietário do
estabelecimento e de seus empregados a palestras que têm como tema
o melhoramento das pastagens, a divisão de áreas nos campos, ou
mesmo quando buscam familiarizar-se no interior do estabelecimento
com o manuseio de cercas elétricas ou aprender a encarar quaisquer
complicações durante um parto, foram requisitos mencionados pelos
informantes como importantes para a adoção da tecnologia.
No entanto, é visível a redução do impacto quando se trata da
oportunidade de emprego local qualificado (0,3) ou da oferta de
emprego e a condição do trabalhador (0,2). O impacto da tecnologia
sobre a oferta de emprego é marginal. É amplamente sabido que a
pecuária não é um segmento com propensão à multiplicação do
emprego, mesmo quando realizada em condições de utilização mais
intensiva de recursos tecnológicos. Isso coincide com relatos dos
produtores entrevistados, indicando que a tecnologia é pouco exigente
no que diz respeito à contratação de mão-de-obra adicional, a não ser
em alguns trabalhos temporários (daí também não afetar o indicador
qualidade do emprego), como pequenos reparos nas instalações ou
implantação e manutenção de cercas. Coincide igualmente com o
indicador dedicação e perfil do responsável pelo estabelecimento, que
sofre impacto considerável, revelando, isto sim, que o uso da
tecnologia solicita muito mais o trabalho do responsável pela unidade
produtiva (funções de planejamento e acompanhamento gerencial
promovido pelo aumento do plantel).
16 Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
17
5.1.2. Renda
Tabela 5.1.2.1. Renda
* Produtor comercial (médio e grande).
A geração de renda está na quarta posição como indicador considerado
como de impacto mais positivo pelos entrevistados (2,5 de coeficiente),
com ênfase para a estabilidade e o montante dessa renda, mesmo
quando a adoção da tecnologia não altera a diversidade das suas
fontes (introdução de atividades não-agropecuárias no estabelecimento
como fonte de renda, por exemplo). Quanto ao valor da propriedade,
os entrevistados consideraram que há impacto positivo, embora
moderado (1,3). A maior parte deles atribuiu esse impacto ao
investimento em benfeitorias, que valoriza o estabelecimento. Um dos
informantes admitiu que “se você obtém rendimentos maiores com a
tecnologia, isso valoriza a propriedade. Até para obtenção de crédito”.
5.1.3. Saúde
* Produtor comercial (médio e grande).
Com relação à saúde ambiental e pessoal não há alteração, segundo os
informantes, da mesma forma que no indicador segurança e saúde
ocupacional. Quanto à segurança alimentar, observou-se um impacto
positivo (3,0), o segundo mais valorizado pelos produtores
entrevistados, ao que tudo indica refletindo a constatação pelos
informantes do aumento da produtividade (mais terneiros), reforçando
a garantia da produção e a quantidade de alimento (abastecimento do
produto carne). No entanto, eles não reconheceram qualquer alteração
trazida com a tecnologia para a qualidade nutricional do alimento.
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
5.1.4. Gestão e administração
Tabela 5.1.4.1. Gestão e administração
* Produtor comercial (médio e grande).
Quanto ao indicador dedicação e perfil do responsável pelo
estabelecimento, este se apresentou com importante coeficiente (2,8),
assumindo a terceira posição como indicador com impacto mais
positivo. Isso ocorreu basicamente em função do peso atribuído pelos
entrevistados às variáveis capacitação dirigida à atividade (reafirmando
a idéia, já tratada na análise econômica, de que a tecnologia impõe
mudanças na forma de gestão da unidade produtiva), horas de
permanência no estabelecimento e engajamento familiar, todas
relacionadas a uma presença mais incisiva do chefe ou de membros de
sua família na gestão/execução direta das atividades. Conforme já visto
anteriormente, essa dimensão da adoção da tecnologia pode explicar,
em parte, a inexpressiva alteração na necessidade de contratação de
mais mão-de-obra.
A tecnologia não teve impacto em quaisquer das variáveis ligadas à
condição de comercialização (Tabela 5.1.4.1), do ponto de vista dos
informantes. Cabe aqui chamar a atenção para o fato de que, embora a
gestão do estabelecimento seja considerada um elemento importante
pelos entrevistados, o seu impacto se dá mais internamente, a julgar
pelas variáveis venda direta/antecipada/cooperada, transporte próprio,
propaganda/marca própria, encadeamento com produtos e serviços
anteriores ou cooperação com outros produtores locais, todas voltadas
para a gestão e administração para fora da porteira, que não
apresentaram impacto para os informantes. Esse é um aspecto da
avaliação que necessitaria de maior aprofundamento.
Também não houve impacto no indicador reciclagem de resíduos,
mostrando que a tecnologia não contribuiu para inovar em termos de
tratamento de resíduos domésticos e tratamento de resíduos da
produção (Tabela 5.1.4.1). Quando interrogados quanto ao destino final
de embalagens vazias de produtos veterinários, foi constatado que a
maioria dos produtores deposita as embalagens em um buraco feito na
propriedade para este fim e as queima, sendo que alguns levam as
embalagens vazias das propriedades para serem colocadas no lixo
comum da cidade, e poucos entregam as embalagens furadas e
lavadas em pontos de coleta do material nas cidades.
18 Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
19
No indicador relacionamento institucional (Tabela 5.1.4.1), apenas a
variável utilização de assistência técnica apresentou impacto, assim
mesmo na escala de ocorrência pontual (1,0 de coeficiente), muito
indicada pelos informantes que são produtores. No entanto, a
entrevista com um especialista da Empresa de Pesquisa e Extensão do
Estado de Santa Catarina (EPAGRI), parceira da Embrapa Pecuária Sul,
serviu para mostrar que o desenvolvimento da tecnologia reforçou os
laços institucionais entre ambas. Segundo o especialista, por ocasião
do desenvolvimento da pesquisa, um grupo da EPAGRI visitou a
Unidade da Embrapa em Bagé para conhecer a tecnologia e, no retorno
a Lages, iniciou um processo para reproduzir, nas condições locais da
Serra Catarinense, a experiência que estava sendo realizada em Bagé,
tendo arrendado uma fazenda com esse propósito. Isto demonstrou o
reconhecimento de que essa é uma tecnologia produzida na Embrapa
e, ao mesmo tempo, revela aspectos peculiares de sua difusão na área
de abrangência. Nenhuma das variáveis constantes da planilha do
Ambitec-Social no indicador “Relacionamento institucional” parece dar
conta dessa informação coletada em campo. Um outro informante,
também especialista, professor da Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), entrevistado em seu gabinete, nas dependências
dessa instituição, mostrou ao entrevistador um volume do livro
“Acasalamento de outono em bovinos de corte”, de autoria de Eduardo
Salomoni (pesquisador da Embrapa Pecuária Sul e autor da pesquisa
que gerou a tecnologia) e Cora Luciane Mendonça da Silveira,
publicado em 1996, pela Livraria e Editora Agropecuária, afirmando que
faz parte da bibliografia da disciplina ministrada por ele.
5.2. Análise dos impactos sociais
Índice de impacto social
O acasalamento de outono apresenta um índice de impacto social
positivo (1,22), mas muito modesto quando comparado aos efeitos da
produtividade sobre o benefício econômico. A análise mais detalhada
dos indicadores do Ambitec-Social revela que entre os 14 indicadores,
apenas quatro obtiveram coeficiente superior a 2,5 e oito indicadores
(relevantes para a dimensão social, como o emprego, a
segurança/saúde ocupacional e a saúde ambiental/pessoal) obtiveram
coeficientes de impacto inferiores a 1,0, influindo evidentemente no
índice geral.
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
20
5.3. Impactos sobre o emprego
Já foi visto na análise dos impactos econômicos que a tecnologia, por
um problema relacionado à pequena escala de adoção, não interfere
nas atividades localizadas à montante ou à jusante na cadeia produtiva
da carne bovina, incluindo evidentemente a oferta de empregos. Na
análise do impacto social, foi visto que a tecnologia é pouco exigente
em termos da contratação de mais mão-de-obra, principalmente
porque impõe uma presença mais incisiva do chefe ou dos membros
de sua família na gestão/execução direta de algumas atividades, a não
ser em alguns empregos temporários. Mesmo assim, entre os
produtores entrevistados, não houve ênfase no que diz respeito a
novas contratações de trabalhadores temporários, sendo verificado que
esse tipo de contratação ocorreu em apenas 20% dos entrevistados.
Para aqueles que contrataram (e pelo tipo de tarefa mencionado), é de
se supor que no transcorrer dos anos sejam os mesmos trabalhadores
convocados de maneira intermitente para prestar os serviços nos
estabelecimentos, o que retira a capacidade multiplicadora da geração
desses empregos temporários no período analisado (1998/2008).
Acrescente-se a isso o fato de que, uma vez capitalizados por conta do
uso da tecnologia, conforme afirmou em entrevista o autor da
tecnologia, em cinco ou seis anos, os produtores podem vir a
abandoná-la e passar a concentrar-se em melhoramento genético do
rebanho. Em razão desses fatores, optou-se por tomar a estimativa de
300 adotantes da tecnologia para 1998 (área de abrangência) e aplicar o
percentual de 20% (parte dos produtores entrevistados que lançaram
mão de trabalho temporário em função do uso da tecnologia) para
estimar o número de empregos gerados, ou seja, 60 empregos. Não se
pode manter um percentual fixo de 20% de criação de empregos,
mesmo temporários, acompanhando os 20% de incorporação de novos
adotantes, pelos motivos aqui aludidos.
6. Impactos ambientais
6.1. Avaliação dos impactos ambientais
A avaliação dos impactos ambientais foi realizada utilizando-se o
módulo Ambitec-Produção Animal, do Sistema de Avaliação de Impacto
Ambiental de Inovações Tecnológicas Agropecuárias (Ambitec-Agro),
desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente. Esse sistema compõe-se
de um conjunto de indicadores e componentes que, para o módulo
Produção Animal, permite a consideração de seis aspectos de
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
21
contribuição da inovação tecnológica para a melhoria ambiental:
alcance, eficiência tecnológica, conservação ambiental, recuperação
ambiental, bem-estar e saúde animal e qualidade do produto
(RODRIGUES, 2008a).
6.1.1. Alcance
Considerado um aspecto geral da tecnologia, o alcance expressa a
escala geográfica na qual a tecnologia influencia a atividade, e é
determinado a partir da abrangência, definida anteriormente no texto, e
da influência, descrita no item “beneficiários”, na identificação da
tecnologia.
6.1.2. Eficiência tecnológica
Tabela 6.1.2.1. Eficiência tecnológica
* Produtor comercial (médio e grande).
Os coeficientes de impacto encontrados para os indicadores de
eficiência tecnológica – uso de insumos químicos ou materiais, uso de
energia e uso de recursos naturais – estão diretamente relacionados à
intensificação da atividade pecuária proporcionada pelo uso do
acasalamento de outono, que possibilita uma outra estação reprodutiva
anual, além daquela realizada, tradicionalmente, na primavera.
No que se refere a insumos químicos ou materiais, os entrevistados
relataram que houve um aumento moderado no uso de vermífugos e
no uso de sal mineral, gerando um coeficiente de impacto de -1,5
(Tabela 6.1.2.1). Com o acasalamento de outono, há um acréscimo no
número de animais do rebanho, proporcionado pelo aumento no
número de terneiros produzidos ao ano, que, consequentemente,
demandam maior uso de insumos.
Houve um aumento moderado no uso do diesel, gerando um
coeficiente de impacto para o uso de energia de -0,5 (Tabela 6.1.2.1). O
aumento no uso do diesel relatado pelos produtores está relacionado
ao uso de roçadeira para o controle de invasoras. A maioria dos
entrevistados tem problemas na pastagem natural com plantas
invasoras ou indesejáveis, tais como alecrim (Vernonia nudiflora Less),
caraguatá (Eryngium horridum Malme), capim-annoni (Eragrostis plana
Nees) e chirca (Eupatorium buniifolium Hook et Arn.). De acordo com
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
22
Nabinger (2006), as plantas invasoras diminuem o rendimento das
espécies desejáveis, competindo com as mesmas por nutrientes, água,
luz e espaço (ocupação de área), diminuindo, consequentemente, a
capacidade de suporte das pastagens. O acréscimo no número de
animais do rebanho, resultante do uso do acasalamento de outono,
promove uma maior capitalização para o produtor, por ocasião da
comercialização desses animais, permitindo um maior investimento em
práticas que possibilitem aumentar a oferta de alimentos,
principalmente de pasto. Dessa forma, para suprir a demanda alimentar
do rebanho em crescimento, o controle de invasoras na pastagem,
através de roçadas, tem se constituído em uma prática bastante
utilizada pelos adotantes da tecnologia, tanto pela maior capitalização
como pela maior demanda por forragem.
No que se refere ao uso de recursos naturais, os entrevistados
identificaram um aumento moderado na área de pastagem, com
formação de pastagens cultivadas, também em decorrência de um
aumento no número de animais do rebanho, gerando um coeficiente
de impacto de -0,2 (Tabela 6.1.2.1).
6.1.3. Conservação ambiental
Tabela 6.1.3.1. Conservação ambiental
* Produtor comercial (médio e grande).
A contribuição da tecnologia para a conservação ambiental é bastante
favorável, principalmente, em decorrência do melhor manejo da
pastagem natural relatado pelos adotantes e verificado nas visitas
técnicas. A intensificação da atividade pecuária tende a proporcionar
aos adotantes da tecnologia uma maior capitalização, que tem
retornado para a atividade na forma de melhoria da base alimentar do
rebanho. A pastagem natural constitui o principal recurso forrageiro da
bovinocultura de corte do Rio Grande do Sul (NABINGER, 2006), sendo
de grande importância a utilização adequada desse recurso, tanto em
termos econômicos quanto ambientais. Os produtores adotantes do
acasalamento de outono entrevistados relataram ter maior cuidado
com o manejo da pastagem natural, através do uso de práticas como o
diferimento, o ajuste da carga animal e o controle de plantas invasoras.
Também relataram a utilização de sobressemeadura de espécies
forrageiras de inverno sobre a pastagem natural, com o uso de calcário
e fertilizantes, como forma de melhorar a oferta de forragem. Segundo
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
23
Salomoni e Silveira (1996), quando o acasalamento de outono torna-se
uma prática de manejo rotineira, o conhecimento das condições de
exploração da pastagem natural assume grande importância. Uma
maior capitalização que o produtor adotante do acasalamento de
outono passa a ter em função de uma maior produtividade da
atividade, acaba por refletir em melhor manejo da pastagem natural.
Caso o adotante não esteja atento a essa questão, o oposto também
pode ocorrer, uma vez que o aumento do número de animais pode
implicar uma maior taxa de lotação, além da capacidade de suporte das
pastagens, com impactos negativos sobre a conservação, o que não foi
verificado nas visitas técnicas.
O melhor manejo da pastagem natural proporciona moderada
diminuição da erosão, da perda de matéria orgânica e nutrientes e da
compactação, como mostra o indicador qualidade do solo, com
coeficiente de impacto de 4,0 (Tabela 6.1.3.1). Em pastagens mal
manejadas, ocorre um processo de degradação, com diminuição das
espécies de plantas forrageiras, com formação de áreas de solo
descobertas, favorecendo a compactação e a erosão, com perda de
matéria orgânica e nutrientes. Em pastagens melhor manejadas, tem-se
manutenção das espécies forrageiras e o solo tende a não apresentar
áreas descobertas, características que favorecem as condições físicas e
químicas do mesmo.
A conservação da biodiversidade, com moderada diminuição da perda
de vegetação natural, também é beneficiada pelo melhor manejo da
pastagem natural, com coeficiente de impacto de 0,8 (Tabela 6.1.3.1).
Os indicadores atmosfera e qualidade da água não apresentaram
alteração com o uso da tecnologia (Tabela 6.1.3.1). Embora os
entrevistados não tenham identificado modificações nesses
indicadores, a melhoria das condições de solo, com maior cobertura
vegetal, maior densidade de raízes, menor compactação e maior
aeração, parece promover tanto a conservação da qualidade da água,
uma vez que evita o escorrimento superficial, a movimentação de
sedimentos e o assoreamento dos corpos de água, quanto a melhoria
do fluxo de água no sistema solo-planta-atmosfera, beneficiando todo o
sistema de produção.
6.1.4. Recuperação ambiental
Tabela 6.1.4.1. Recuperação ambiental
* Produtor comercial (médio e grande).
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
24
Em relação à recuperação ambiental, estima-se uma moderada
reversão da degradação dos solos e do ecossistema pastagem natural,
com coeficiente de impacto de 0,8 (Tabela 6.1.4.1), proporcionado pelo
uso das práticas de manejo e de melhoramento da pastagem natural
acima mencionadas. Dentre essas, a prática do diferimento, utilizada
pela maioria dos entrevistados, permite que as plantas passem por um
período de descanso, podendo crescer sem o estresse do pastejo, e
possibilita o acúmulo de matéria-orgânica e o desenvolvimento de
raízes, melhorando a estrutura do solo, reduzindo a compactação. Além
disso, o diferimento pode contribuir para o aumento de espécies da
flora natural e de forrageiras exóticas introduzidas para melhorar a
qualidade da pastagem, ao proporcionar o florescimento e a maturação
das sementes de espécies como azevém, trevo branco e cornichão
(NABINGER, 2006).
6.1.5. Bem-estar e saúde animal
Tabela 6.1.5.1. Bem-estar e saúde animal
* Produtor comercial (médio e grande).
O bem-estar animal sob pastejo apresenta coeficiente de impacto de
0,7 (Tabela 6.1.5.1), decorrente de um moderado aumento no acesso ao
sal mineral. O bem-estar e a saúde do rebanho também são
beneficiados pelo controle de plantas invasoras (muitas delas tóxicas) e
pelo suprimento de forragem de melhor qualidade no período hibernal,
diminuindo a perda de peso dos animais. Os animais observados nas
propriedades, principalmente fêmeas e suas crias, apresentavam-se em
excelente estado corporal.
6.1.6. Qualidade do Produto
Tabela 6.1.6.1. Qualidade do Produto
* Produtor comercial (médio e grande).
O indicador Qualidade do produto não apresentou alteração pelo uso
da tecnologia (Tabela 6.1.6.1); os produtores entrevistados não
identificaram relação da adoção da tecnologia com a qualidade do
produto, sendo considerada a carne como produto final da atividade.
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
25
6.2. Índice de impacto ambiental
Os indicadores que apresentaram coeficientes negativos foram aqueles
relacionados à eficiência tecnológica e são decorrentes da
intensificação da atividade que a tecnologia proporciona, com aumento
no uso de insumos químicos/materiais, no uso de energia e no uso de
recursos naturais, este último relacionado à necessidade de mais área
para pastagem, com formação de pastagem cultivada.
O indicador que apresentou melhor coeficiente em termos ambientais
foi aquele relacionado à qualidade do solo, com moderada diminuição
da erosão, da perda de matéria orgânica e nutrientes e da
compactação, proporcionadas pelo melhor manejo da pastagem
natural que os produtores adotantes da tecnologia tendem a realizar
em suas propriedades.
A tecnologia apresenta um índice de impacto ambiental de 0,37, com
benefícios ambientais para a melhoria da qualidade do solo e para a
conservação e a recuperação das pastagens naturais, base alimentar do
rebanho de corte da região Sul do Brasil. O bem-estar e a saúde do
animal também são beneficiados, pelo suprimento de maior e melhor
qualidade de forragem, principalmente no período hibernal, e pelo
maior acesso ao sal mineral.
7. Avaliação integrada e comparativa dos impactos gerados
A tecnologia “Acasalamento de outono em bovinos de corte” se
constitui em uma alteração no manejo reprodutivo do rebanho, com
impacto bastante expressivo no incremento da produtividade, podendo
incidir diretamente, em curto e médio prazos, na capitalização dos
produtores que a adotarem, implicando, no entanto, um aumento no
custeio, na medida em que há incremento no número de cabeças do
rebanho. O benefício econômico gerado com a adoção da tecnologia na
região Sul do país - mesmo quando se considera que essa adoção
tenha sido pequena em termos percentuais, levando-se em conta a
área de abrangência - foi muito expressivo.
Por outro lado, nas propriedades que a adotaram, a tecnologia
apresentou um índice de impacto social que, embora positivo (1,22), foi
muito modesto quando comparado ao impacto econômico no
incremento da produtividade. Entre 14 indicadores, oito obtiveram
coeficientes de impacto inferiores a 1,0, interferindo, evidentemente, no
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
índice geral. Levando-se em conta que esses oito se referem a aspectos
importantes da dimensão social, como o incentivo à oferta de emprego
e à qualidade desse emprego, à saúde ambiental e pessoal, ou mesmo
a alguma inovação introduzida em termos da condição de
comercialização, todas com impacto nulo ou muito reduzido, pode-se
induzir que os ganhos advindos do aumento da produtividade se
mantiveram concentrados no grupo de produtores adotantes, com
pouca extensão dos benefícios econômicos para o conjunto da
sociedade.
A avaliação dos impactos ambientais mostrou que a tecnologia trouxe
benefícios para a conservação e recuperação da pastagem natural,
proporcionados pelo melhor manejo da mesma, por meio de práticas
como diferimento, roçadas, sobressemeadura de espécies forrageiras
hibernais, realizadas em função do aumento da renda que o uso da
tecnologia pode trazer aos produtores. Parece razoável inferir que parte
significativa do aumento da produtividade foi canalizada para a
melhoria das pastagens e, consequentemente, da base alimentar dos
rebanhos, com efeitos positivos sobre os aspectos ambientais.
Contudo, não se pode desconsiderar que a baixa difusão da tecnologia
pode ter sido um aspecto que se interpôs à obtenção de maiores
benefícios tanto ambientais quanto sociais. A avaliação integrada da
tecnologia reforça a necessidade, já mencionada nesse documento, de
retomada de transferência dessa tecnologia pela Embrapa Pecuária Sul,
a fim de que se possam desencadear transformações sinérgicas que
tragam impactos regionais mais significativos.
8. Custos para a geração da tecnologia
8.1. Estimativa dos custos
Os custos de pessoal são apresentados na Tabela 8.1.1, conforme
valores da época (entre 1994 e 1998), a partir de levantamento feito pelo
Departamento de Gestão de Pessoas da Embrapa Pecuária Sul,
considerando os salários, mais os encargos sociais, de um pesquisador
com mestrado e de um assistente de campo. Portanto, refletem valores
efetivamente desembolsados e não estimados. O custeio da pesquisa
foi calculado em valores de 2008, em seguida deflacionados para os
anos que cobrem o período da tabela 8.1.1. Três categorias de despesas
compuseram o custeio: o custo de oportunidade da terra, gastos com
sanidade animal e, por último, gastos com mineralização (sal mineral
para alimentação dos animais envolvidos na pesquisa). Os valores da
depreciação de capital expressam uma estimativa para os anos de 1994
e 1995 e, para os anos seguintes, foi aplicado um percentual que
correspondesse à média da inflação no período para atualização dos
valores até 1998, ano de adoção da tecnologia. Em 1999, o valor da
26 Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
depreciação de capital foi estimado com base na redução para 1/3 do
valor de 1998. Os custos de administração representam 15% dos
desembolsos anuais, excluindo-se os custos de pessoal. Os gastos com
transferência tecnológica foram estimados com base em percentual
normalmente utilizado na unidade com essa finalidade. Contudo, esses
valores são, no caso da tecnologia aqui analisada, fortemente reduzidos
já no segundo ano após o lançamento, indicando um aspecto já
destacado nesse documento, ou seja, a ausência de continuidade das
ações de transferência tecnológica.
A pesquisa também gerou receitas para a Embrapa, embora isso não
conste da Tabela 8.1.1: no ano de 1998, foram negociadas para venda as
crias das primeiras fêmeas entouradas no outono de 1994, animais com
três anos de idade, além das próprias fêmeas, que já se encontravam
em condição de descarte, as quais foram vendidas para frigoríficos e
abatedouros. As receitas entre 1998 e 2000, oriundas dessas vendas,
foram calculadas em R$ 129.885,00 e reduziram o impacto do custo
final da pesquisa, aumentando o potencial da relação benefício/custo.
Tomando-se todo o período de análise dos benefícios econômicos da
tecnologia (Tabela 4.1.2), é possível constatar que esses benefícios se
situaram em R$ 54.742.194,00. O total de desembolsos da Embrapa
com a pesquisa que gerou a tecnologia foi de R$ 581.312,58. É preciso
subtrair desse total a receita gerada pela pesquisa, entre os anos de
1998 e 2000, resultando, então, R$ 451.427,58. Esses dados indicam um
significativo impacto econômico da tecnologia na sociedade.
Tabela 8.1.1. Estimativa dos custos (R$)
8.2. Análise dos custos
É possível observar, na Tabela 8.1.1, a composição anual dos custos
entre 1994 e 2000. Os valores se referem a desembolsos efetuados
somente pela Embrapa. Os custos com pessoal representaram 55,8%
do custo total da pesquisa, enquanto o custeio e os custos de
administração representaram 31% e 5,8%, respectivamente. Os valores
relativos à transferência tecnológica representaram 5%, enquanto a
depreciação do capital correspondeu a 2,3% do total. Chama a atenção
o forte incremento do custeio da pesquisa, de 28% do total, no ano de
Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte 27
1995, para 42,3%, no ano de 1998, impulsionado pelo custo de
oportunidade da terra. Do mesmo modo, os relativamente baixos
recursos destinados à transferência da tecnologia, que pode ter sido
um dos fatores que contribuíram para o baixo grau de difusão da
tecnologia, conforme já apontado.
9. Ações sociais
Tabela 9.1. Ações sociais
A tecnologia pode ser considerada uma ação da Embrapa no sentido de
garantir a segurança alimentar, na medida em que os produtores que a
adotaram contribuíram para aumentar a disponibilidade de alimentos
no mercado (abastecimento de carne bovina), sem que, no entanto,
tenha interferido diretamente na qualidade do produto, conforme
reconheceram os informantes. Levando-se em conta que a avaliação
dos impactos ambientais indicou coeficientes negativos (embora
moderados) quanto ao uso de insumos químicos, de energia e de
recursos naturais, embora o índice geral de impacto ambiental tenha
sido positivo, imputar à tecnologia o atributo da sustentabilidade -
componente importante da segurança alimentar, além da
disponibilidade e da qualidade – poderia suscitar controvérsias entre os
especialistas. De qualquer modo, a afirmativa de que a tecnologia
atende às ações de segurança alimentar é feita aqui de maneira muito
restrita, principalmente quando são considerados os princípios do
conceito “Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)”, preconizados pelo
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA),
que envolve direito humano à alimentação adequada e soberania
alimentar (MALUF, 2007).
28 Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
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30 Avaliação dos Impactos da Tecnologia Acasalamento de Outono em Bovinos de Corte
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Literatura recomendada
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